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Foto do escritorINSTITUTO FLÁVIO LUCE

SOBRE A CONSTRUÇÃO DO PROTAGONISMO NA CATEGORIA ODONTOLÓGICA

Atualizado: 5 de jun. de 2020

Por Fernando Molinos Pires Filho


Públicado em PROGRAMAÇÃO DE TRABALHO - INSTITUTO FLÁVIO LUCE , EM 2019


" Uma coisa que descobri, sem sombra de dúvida, é: ando você acredita que tudo é possível e está disposto a dar duro para alcançar seus objetivos, você "pode" realizar o próximo sonho "impossível". Nenhum sonho está longe demais.!"

Buzz Aldrin


O Instituto Flávio Luce como uma ferramenta de formação teórica dos profissionais da Odontologia considera que o objetivo central de seu processo formativo precisa estar voltado para a construção e qualificação de uma prática de autoria, ou seja, um fazer que transcendendo ao agir técnico próprio desse campo de produção de saúde na sociedade e que deve, também, contribuir para capacitar esses profissionais para a construção da autonomia e do protagonismo no campo sócio político, espaço em que se define o real papel que a categoria pode e deve cumprir na definição e construção de seu ser/agir e da própria configuração da Odontologia, livrando-os das determinações e condicionantes estabelecidos a sua revelia mas, por vezes, com seu consentimento.


Assim, essa prática de autoria baseia-se no exercício do que chamamos de protagonismo profissional. Uma categoria sem protagonismo é uma pressa fácil e submissa a interesses estabelecidos externamente a ela. Torna-se uma categoria submissa e alienada em relação às condições que se impõem a seu exercício na sociedade. Uma profissão que abdica do direito a um nível de autonomia em seu pensar e agir inviabiliza a possibilidade de se tornar autora e agente de transformação na sociedade, dando margem a construção de uma imagem empobrecida e desvalorizada na sociedade em que se insere.


Mas para não cair no discurso vazio e inconseqüente sobre esse tema é preciso que se compreenda que, antes de tudo, esse protagonismo precisa respaldar-se no processo de reflexão tomado como um processo de pensar-se criticamente. Um pensar que liberte a Odontologia e seus profissionais dos mitos que se criam, induzindo-os a um estado de falsa tranqüilidade no mundo real, sabidamente repleto de contradições e conflitos que, para serem enfrentados, exigem coragem, determinação e confiança nas formulações que, na maior parte das vezes, descoordenadamente vem se desenhando como recurso de suas intervenções.


Por essa razão esse protagonismo precisa ser entendido como um exercício de pensar profundo, que nos defenda das discussões opiniáticas, fortemente embasadas no senso comum e produzidas ao largo de elementos de conhecimentos fundamentados pelos fatos reais do acontecer, estes sim, capazes de nos armar com os instrumentos da razão e dos métodos científicos de apreensão da realidade.


Pode-se descrever esse pensar, essa reflexão, como um ir atravessando o possível que o real nos permite para chegar ao encontro dos impossíveis que ele tenta nos impor. E é aí que reside o desafio que o próprio pensar implica, qual seja o de nos colocar no espaço da dinâmica social, do jogo de poder, que, simultaneamente, nos leva a crer e não crer neles; e nesse ir e vir entre o limite e o absoluto, entre a permanência e a troca, entre a certeza e a dúvida, ir reconhecendo-se em seu próprio pensar como autor de sua história e participante na construção de uma nova realidade que o transcende.


Esse processo, sim difícil, é que nos permite enfrentar o mitos - as explicações que criamos pelo nosso não saber - não só como contrários ao pensar mas até como catapultas para esse mesmo pensar crítico, o que nos permite intervir desde nosso lugar profissional utilizando novos conhecimentos fora do campo especificamente relacionados aos atos médicos tradicionais, como os conhecimentos das áreas das humanidades, como os da psicologia, da antropologia, da economia, do direito, da filosofia e da política, como ferramentas e não como escudos ou ícones de adoração e reverência a forças, cujos interesses desvirtuam os postulados constitucionais da saúde como direito de cidadania sob responsabilidade do estado, postulado que nega a concepção de saúde com o mercadoria ou simplesmente objeto de benemerência.


Desta situação e dessa condição é que se estabelece a oportunidade e conveniência da reflexão que nos fundamente para um protagonismo responsável e construtivo do futuro que desejamos.


A frase que colocamos ao início deste texto, precisa ser complementada para se ganhar sentido na mensagem que nos passa. Seu autor é Buzz Aldrin, americano, que junto com Neil Armstrog e Michel Collins, em julho de 1969 viajaram pelo espaço cósmico na nave Apollo 11 e em um feito, na época, inimaginável, pousaram na lua. Dois deles desembacaram e passearam pelo nosso satélite. Neil foi o primeiro, Buzz o segundo. Michel ficou orbitanto a lua esperando o retorno dos dois companheiros. Todos voltaram a terra completando uma jornada de oito dias, de ida e volta. Oportunamente em um livro publicado em janeiro de 2018: "Nenhum sonho está longe demais. Lições de vida de um homem que pisou na Lua." Buzz afirmou: “O céu não é o limite. Há pegadas na lua!”


A colocamos em nosso texto, o fizemos como um aforismo, porque o que diz tudo tem a ver com a intenção de um texto que fala em protagonismo com vistas a busca de transformações de uma realidade adversa e, no senso comum, tidas como impossível de se realizarem.


Ela nos anima a dizer: O céu da boca não é o limite como marco delimitador de nossos saberes e fazeres, necessários para fazer acontecer os impossíveis/possíveis, que hoje se colocam para a Odontologia, em sua organização, prática e conseqüência social. É preciso trilhar esses caminhos, só assim poderemos deixar marcas nessa sociedade.


Ao pisar o solo lunar, Neil disse: “Aqui os homens do planeta terra pisaram na lua pela primeira vez. Viemos em paz, em nome da humanidade.”


E nós a que viemos?!



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